sexta-feira, 4 de abril de 2025

Mr. Wrong (1985): Uma requintada produção kiwi.

 


O filme analisado é uma obra produzida na Nova Zelândia, datada de 1985, que permanece praticamente desconhecida do grande público. Trata-se de uma produção peculiar, cujo tema explora o conceito de uma “casa assombrada”, embora a história não se desenvolva em uma casa propriamente dita, mas sim em um carro. O longa-metragem foi dirigido por Gaylene Mary Preston, uma cineasta com experiência no cinema documental. Baseado em uma curta história escrita por Elizabeth Jane Howard, o filme foi lançado nos Estados Unidos sob o título Dark of the Night.

A história gira em torno da personagem Meg, que compra um carro, um Jaguar, sem saber que o carro era de uma pessoa que foi morta dentro do veículo e sem saber que o veículo é assombrado, então ela começa a ser perseguida pelo assassino. Meg, a protagonista, é interpretada de maneira convincente, destacando sua evolução de uma pessoa comum para alguém que precisa lidar com situações extraordinárias. A conexão entre ela e o carro é central para o desenvolvimento emocional do filme, funcionando quase como um personagem adicional. A escolha do elenco reforça a autenticidade da história e transmite uma sensação de realismo em meio aos elementos sobrenaturais.

Gaylene Preston utiliza uma abordagem que mistura o banal e o bizarro, criando uma atmosfera de crescente tensão. A cinematografia destaca os ângulos e closes que enfatizam a relação simbólica entre Meg e o carro, enquanto a trilha sonora reforça a sensação de desconforto e suspense. A direção consegue equilibrar humor e horror de maneira inteligente, sem comprometer a seriedade das mensagens centrais.

Este é o tipo de filme que se você olhar o poster do filme, de primeiro momento, não se dê o crédito necessário ao filme, mas logo nos primeiros minutos de filme vemos que a produção é caprichada e com um enredo que prende o tempo todo, criando aquele frio na espinha a quem assiste ao filme.

Embora não amplamente conhecido, Mr. Wrong se destaca como um exemplo precoce de como cineastas podem usar elementos de gênero para abordar questões sociais. É um trabalho que ressoa com aqueles interessados em histórias que desafiam os limites entre o real e o sobrenatural, ao mesmo tempo que oferece um olhar introspectivo sobre o medo e a coragem.

Um filme que merece ser descoberto e quem sabe algum dia ser lançado em alguma mídia física, embora o mercado de mídia física no Bostil já estar indo ladeira abaixo.

Mas enfim, um filme altamente recomendável.

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